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Como uma start-up

Há mais ou menos um ano e meio, larguei o conforto da casa da minha mãe, a roupa lavada e a comida na mesa para morar sozinho. Há mais ou menos sete meses, troquei a estabilidade de uma empresa privada, sob regime da CLT, e abri minha própria empresa. Duas mudanças radicais em menos de dois anos que, conscientemente ou não, acho que estão mais ligadas do que imagino. Trazer essa reflexão para o papel talvez me ajude a elaborá-las.

shutterstock_130077998É de fato curioso como uma atividade acaba complementando a outra. Ao abrir a empresa, tive que ficar mais próximo das planilhas de excel, o que, vamos combinar, para um jornalista não é lá das tarefas mais fáceis. Pouco tempo depois estava separando as contas da minha casa em uma pasta com várias divisórias. Você passa a perceber que, de uma forma ou de outra, o que está fazendo é organizando informações e poupando tempo para outras atividades, digamos, mais prazerosas.

Agora um exemplo inverso. Outro dia fui comprar um estrado para a minha horta da varanda (que foi tema da minha primeira visita ao Apezinho). Possivelmente, em outra época, teria comprado logo três, ideal para cobrir toda a parede. Mas, não, comprei só um para testar e, depois de ver que caíam bem, comprei os outros. Qualquer semelhança com o método lean (enxuto) para start-ups, que sugere teste e validação para os negócios, não é mera coincidência.

chaveMas as duas atividades se juntam, de fato, quando você faz do seu apê um empreendimento. Como é de se imaginar, morar sozinho e abrir uma empresa ao mesmo tempo dão uma certa dificuldade no fluxo de caixa (já que estamos usando estes termos). A solução que encontrei para me manter sustentável foi alugar o apê de vez em quando pelo Airbnb. Aí a relação é bem explícita: você escreve seu anúncio o mais atrativo e publicitário possível, negocia valores, e faz até um pós-venda, para que o anfitrião lhe avalie melhor no sistema.

Enfim, como disse lá em cima que esse texto era uma espécie de elaboração de tantas mudanças, acho que cheguei a uma conclusão: morar sozinho, nada mais é, do que empreender – sem comida na mesa nem CLT.

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1 comentário

  • RespondaLillaagosto 19, 2013 at 2:42 pm

    Oi, Julio!

    Também penso em alugar o apê pelo AirBnb. Como você tem feito? Vale a pena?
    Abs!

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