O Bruno é um amigo muito querido das Pereiras. Tive a alegria de conhecê-lo ainda estagiário. Nunca vou esquecer o cheiro dos sanduíches que ele levava pra redação, Jesus!! Quando vi essas fotos no seu perfil do Facebook, não resisti, “escreve um post sobre elas, Bruno”! Ele topou o convite e nos lembrou da diversão que é sair de casa sem grana ou estrutura. Apenas sair e apostar que tudo dará certo. E não é que deu, Bruno?
Beijos orgulhosos com saudades!
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Há exatos 10 anos eu deixava o Rio de Janeiro, sem arrependimentos, para me arriscar em São Paulo, longe da zona de conforto familiar. Juntei uma grana que pudesse me bancar por uns 3 meses, entrei em contato com o Felipe, mais um amigo carioca que havia deixado o Rio e já estava mais estabelecido em Sampa, perguntei se eu poderia cair na casa dele.
Ele era responsável por pagar o aluguel do apartamento de 3 quartos, compartilhado entre 3 seres primitivos. Eu fiquei com o quartinho dos fundos de 5 metros quadrados por R$ 300 /mês na época (preço amigo!). Botei meu “porfolio” de design gráfico debaixo do braço e fui para Sampa. Só mais tarde fui aprender que só carioca chama São Paulo de Sampa.
Após um mês mostrando “portfolio”, tive sorte e consegui um “freela” em uma agência de design. Justamente por ser temporário, fiquei morando no quartinho e usufruindo das maravilhas disponíveis. Relógio de parede digital, computadores de última geração com monitores dos anos 90, o baú ao lado do sofá tinha com uma coleção de playboys raras da Xuxa e Roberta Close.
A cozinha gourmet foi notificada pelo Felipe, que era o “síndico” do apartamento. Foi um simples bilhete colado no fogão com apenas uma palavra: CHIQUEIRO.
Nota do Apezinho: na imagem acima temos o nosso relógio digital de parede, o corredor que levava ao quartinho e a cama para visitas! :)
Confesso que fiquei rindo por alguns minutos com a capacidade síntese do meu amigo, jornalista por sinal, a respeito daquele cenário de assustar agente da vigilância sanitária. Tudo isso seguido de um email estilo bronquinha de pai para todos nós.
Cheguei até a achar que um dos nossos “flatmates” era alérgico a detergente, ele era capaz de beber água em um pote para não ter que lavar copo. Após alguns meses meus pais foram me visitar em Sampa, minha mãe já fazendo inspeção nas instalações e o primeiro comentário assim que abri a porta: essa casa fede!
Essa história do bilhete rende boas risadas até hoje, quando reencontro amigos daquela época da saudosa Sampa. Deixei o design gráfico e hoje sou fotógrafo em Londres, moro com minha mulher em um “studio” de 25m quadrados, pagando mais de £1000 por mês (preço amigo). Tenho 3 calças jeans no armário, 4 pares de sapato, 6 camisas, 15 camisetas, 4 bermudas e alguns casacos para os mais variados climas Londrinos, com um pouco mais de dignidade porém sem “flatmates” e muito menos paredes, é tudo um ambiente só.
Em dias de DR, se quero ficar só, me tranco no banheiro ou vou lá fora curtir o vento frio.
Nota do Apezinho: Curtiu? A gente adorou. Olha uma foto de nosso amigo!
2 Comentários
Faltou só uma amostra do “studio” para vermos a evolução ;)
Mariana, eu cobrei muito, mas ele não enviou! :( Na minha imaginação o studio é lindão, hehehehe! Beijos.