2016 nos pregou uma peça. Nossa amada Regina, que cuidou da gente nos últimos 20 anos, teve que se aposentar precocemente por conta de uma questão de saúde. Em uma sexta-feira ela não se sentiu bem, na segunda não voltou mais para trabalhar. Ficamos mal e sem saber o que fazer durante alguns longos dias.
E aí? Aí que precisávamos cuidar da vida e ocupar os espaços deixados pela Rê (os operacionais, o emocional é só dela!). Um deles, o maior, o impenetrável, era a cozinha. Em todos esses anos não cheguei perto de uma panela por me achar completamente incompetente. Tinha medo e vergonha por não saber fazer nada. E assim achei que ficaria. Faltava talento, fazer o quê!
Um dia respirei fundo e encarei meus fantasmas. Entrei na cozinha “da Rê” cheia de respeito e curiosidade. E desde então tenho sido MUITO feliz! Descobri que cozinhar é – mesmo – uma grande alegria. Aprendo e me desafio todo dia. Me inspiro lendo receita e escutando a experiência das pessoas, como a minha amiga Tati Gentil, que criou uma hortinha maravilhosa em sua casa da qual sou fã! Sou capaz de produzir delícias para mim, minhas meninas, Alberto e amigos. O melhor? Amo fazer quentinha. :)
Esse post é comemorativo! Um viva para mim mesma por ter quebrado a inércia e lutado contra as minhas dificuldades. Já fiz bastante coisa, mas servir as ceias de Natal e réveillon (essa das fotos) foram meu auge! E não é que ficaram boas? Boas? Ficaram ótimas!
Se você também acha que não nasceu pras panelas mas tem vontade de tentar, meu conselho é: tente!! Pensei carinhosamente em dicas pra te ajudar. Vamos juntas (os)!
Varie o cardápio – não se intimide ou se limite ao “básico”. Você pode fazer o que quiser, isso é libertador! Eu tinha muitos desejos: sucos verdes variados, pratos orientais, peixes assados, o frango que a Biba tanto gostava do restaurante, um saboroso arroz integral, cogumelos temperados, pure de banada da terra, ah, eu quero experimentar tudo! Na média tem dado bem mais certo que errado.
Viva o Google – ele é um excelente amigo. Desde aquelas perguntas básicas envergonhantes (ahahaha!) como “quanto tempo deixo o macarrão cozinhando”, “a batata cozinha com a água fria ou fervente?”, “qual a ordem de cozimento dos legumes?”, até as surpresas quando fazemos uma busca livre. Google leva ao You Tube, a blogs e portais ótimos, adoro e aceito todos de coração aberto!
Escolha seus mestres – Eu tenho as minhas! Rita Lobo, Laura Pires, Malu Paes Leme, Bela Gil e a minha nutricionista maravilhosa, Claudia Lima. Tenho seus livros, visito seus sites, as admiro e quero ser como elas, só que misturadas! <3
Temperos – Sou a maluca dos temperos! Depois que vi a cozinha da minha amiga Paula Lobato, me apaixonei por eles. Ela tem uma mesinha lotada de potinhos, saquinhos, azeite, shoyu… Fiz igual! Amo orégano, tomilho, cúrcuma, pimenta, gersal, molho inglês, cravo, lemon pepper, páprica, açúcar mascavo, óleo de coco. Minha prateleira é democrática, criativa e intensa. E com um espacinho aberto para a próxima descoberta. Saiba como guardá-las!
Sobre o tempo que vc passa em sua companhia – ele é único! Como sou iniciante, demoooooro pra fazer os pratos. Mas não ligo. Ouço música, penso na vida, respeito o meu tempo, assisto à TV no computador, varia de dia para dia. O importante é aproveitar a experiência. Não ligar no automático. Esse foco melhora o gosto do prato, não tenho a menor dúvida!!
Utensílios – agora eu entendo o valor de um bom utensílio, nossa amiga Chef Karin Gama já tinha falado sobre o assunto em sua aula. Eles fazem diferença, como fazem. Somos melhores amigas da panela elétrica, o feijão fica ótimo. E estou de olho em panelas novas, 2017 vai dar um “up” na nossa cozinha. :)
O Apezinho tem vários posts sobre o assunto – Sim! Temos um material bem legal pra quem tá começando, vale a leitura, vai te encher de coragem, tenho certeza. Uma cozinha pra chamar de sua, Cozinhando pra você, Se vira no forno, Sem sal, com tempero, Vai cozinhar? e Oficina de Plantio.
Erros – Ih, erro muito! Muitas vezes. Mas não ligo, nem me apego. Deu errado? Tenta corrigir. Nem assim? Joga fora e parte pra outra.
Possibilidades? Infinitas! – Cozinhar é cuidar. É mostrar seu amor por você e pelos seus. É alquimia. É descoberta. É aumento de autoestima. É terapia. É conexão. É memória afetiva. Cozinhar não sairá mais da minha vida. Torço para que você saiba do que estou falando ou descubra esse prazer assim como eu.
Que seu 2019 seja doce, ácido, picante, amargo e salgado! Saúde!
Nota do Apezinho – A receita das fotos? Aprendi a fazer o ceviche de tilápia com os meninos do UnderChef, ficou maravilhoso (já testei o linguado também). Conheci a salada na cafeteria do Campus do Google em São Paulo e dei uma adaptada: folhas, uva vermelha pequena, castanhas picadas, mussarela de búfala e azeite. No Natal coloquei pinoli e queijo de cabra, ficou demais. Quando colocada no prato, a salada se mistura com o caldo do ceviche. Delícia!
Os talheres lindos foram um presente da WishHouse. Chegaram em boa hora, os anteriores estavam tão velhinhos!
Quer saber sobre a nossa Regina? Está linda, forte, cuidando de si e da gente, mesmo estando em casa. Nos falamos sempre e nos vimos há pouco tempo. Tarde que ficou guardada no nosso coração.
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4 Comentários
Acho um máximo cozinhar!!! Parabéns pelas dicas!!
Vou tentar colocá-las em prática, só preciso zerar o estoque de congelados da geladeira aqui de casa, e depois vou investir nisso!
Obrigada pela inspiração!
Lucia, se joga!! Você vai ver como a experiência é transformadora. Depois conta pra gente, vamos adorar saber do seu aprendizado. Beijos!
Adorei as dicas de cozinhar ….beijos a todos .
Obrigada, Ivonete, ainda estamos aprendendo. Beijos pra você!